25.10.09

Dia 6 de Novembro: Grande Noite Condestabriana na Universidade Lusíada


Livro: Nuno Álvares Pereira - Homem, Herói e Santo

Textos de: Abílio Pires Lousada, Afonso d’Oliveira Martins, Agostinho Marques de Castro (O. Carmo), Alexandre Sousa Pinto, Ana Loya, António Bagão Félix, António Manuel Couto Viana, António Martins da Cruz, António Tinoco, Carlos Evaristo, Cassiano Reimão, Cristina de Meirelles Moita, Francisco José Rodrigues (O. Carmo), Gonçalo Couceiro Feio, Gonçalo Pistacchini Moita, Guilherme d’Oliveira Martins, Humberto Nuno de Oliveira, Ismael Pereira Teixeira (O. Carmo), João Bernardo Galvão Telles, João José Brandão Ferreira, Joel Silva Ferreira Mata, D. José Saraiva Martins, Leonor Falé Balancho, Luís Adão da Fonseca, Margarida de Mello Moser, Miguel Côrte-Real, Miguel Metelo de Seixas, Nuno Castelo-Branco, Nuno V. Andradre, Paulo Jorge Estrela, Paulo Reis Mourão e Rodrigo Roquette.

Exposição: O Condestável - 1360 a 2009 de Gabriela Marques da Costa


Livro: Em Nome da Pátria de Brandão Ferreira


22.10.09

Livro: Crónicas Politicamente Incorrectas de Fernando Braga de Matos


A Editorial Presença editou em livros as Crónicas Politicamente Incorrectas publicadas semanalmente por Fernando Braga de Matos no semanário Jornal de Negócios. São 156 páginas pelo preço de 12,50€.

21.10.09

Dias de silêncio informático

Esta coisa dos computadores pode acabar connosco. Antes que acabem comigo prefiro ser eu a acabar com ele.
Resultado: computador no estaleiro até que passe a chuva... dentro de dias.

15.10.09

Bonito texto autobiográfico

“Os intelectuais de hoje não têm a grandeza que caracterizou a devassidão de Nero: são mais torpes quando o são infinitamente burgueses sem o quererem ser. Horroriza-nos neles a falta de coragem para exprimirem desassombradamente o que pensam, para castigarem duramente o que se erra. O que tem prejudicado as reacções salutares dos povos têm sido sempre a intervenção dos juristas, dos retóricos, e dos filósofos, dos homens que encontram dois sentidos legítimos em cada palavra, duas soluções honestas para cada caso, duas saídas honrosas para cada dificuldade. São os homens das subtilezas e das argúcias, que torcem as palavras, iludem os sentidos e lançam a confusão na vida, fazendo bem do mal, justo do injusto, louvável o que é digno de reprovação. Nada lhes escapa, tudo se subverte, tudo se mistura, tudo se mistura, não há lícito nem ilícito, honra nem desonra, nobreza nem infâmia. Eles são os grandes desorganizadores da vida moral de um povo.
Nós, que cremos na virtude da violência para criar as nações fundamente atacadas pelo mal, que cremos na verdade una e que por ela nos sacrificamos, que nada concedemos preferindo salvarmo-nos perecendo no nosso posto a perdemo-nos recolhendo os louvores do mundo porque abandonámos o combate; nós, que cremos em Deus Padre Omnipotente, na vida eterna e em alguma coisa de mais nobre que o barro transitório, que é a alma imortal, nós afirmamos bem alto que permanecemos em guerra aberta contra uma sociedade que se desfaz miseravelmente, seguros na nossa intransigência, firmes na nossa intolerância, mais do que nunca adversários daqueles que, dizendo servir a Verdade, a atraiçoam e a vendem a todos os instantes pelos trinta dinheiros que rendeu a Judas a morte do Redentor…”

Marcello Caetano
In Ordem Nova, «A chaga da literatice», fasc. 9, Novembro/Dezembro de 1927, págs. 270/271.

8.10.09

José Pinto Coelho no debate sobre a CML na RTP1







Livro: Diario de 1945 de Joseph Goebbels

Acabei de ler "Diario de 1945" do extraordinário Ministro da Propaganda do III Reich, Joseph Goebbels.
Editado pela Esfera de los Libros, em 2007, é um importante registo da história contemporânea alemã e europeia.
Se bem que o diário publicado seja só relativo à situação militar entre 28 de Fevereiro e 10 de Abril tem em anexo as pungentes e magníficas cartas do pais de 28 de Abril, Joseph e Magda, para o filho Harald; o testamento político de Hitler; uma carta do dia 29 na qual revela a vontade de morrer no bunker com a sua família e com o Führer; o texto de anúncio da morte do Führer; a alocução do Almirante Dönitz como novo chefe de estado; uma extraordinária proclamação do general-marechal de campo Schörner aos soldados em 5 de Maio e o texto da acta da capitulação de 8 de Maio.
Importante é a revelação da existência de cerca de 16.000 páginas dos diários entre 1924 e 1945, bem como de material escrito das obras póstumas de Goebbels. Mais de 4.000 páginas escritas à mão e cerca de 11.000 à máquina de escrever.
Espera-se que um dia seja possível completar o legado escrito de Goebbels.

7.10.09

Livro: Vril, o Poder da Raça Futura de Sir Edward Bulwer-Lytton


Editado pela Nova Vega, em 2005, com 158 páginas.
A primeira edição portuguesa foi da Editorial Minerva, em 1975, com 237 páginas.







6.10.09

Sobre a Experiência do Voto Repetida por Marques Bessa


O voto tem sustentado inúmeros regimes. O problema tem consistido sobretudo em dois vectores: A) Quem pode votar? B) Como se contam os votos?
Estas duas questões essenciais condicionaram toda a vida política de sistemas que, sem abstenção, obtinham 100 por cento votos, ou de democracias populares e regimes em que apenas 5 por cento da população vota com o mesmo resultado final.
Se o povo fala – é duvidoso no mínimo que o faça – tudo depende do aparelho que lhe põem na boca: isto é, de como o burro vai albardado.
O sistema português é a demonstração pura e simples que a introdução geral das quadrilhas partidárias empobreceu a Monarquia e as repúblicas, atrasou o país, e continua a ser um dos principais empecilhos ao desenvolvimento. Pobres somos e continuaremos a ser.

Quem pode votar?

Inicialmente o voto era para quem podia assumir responsabilidades e pagar esse luxo. Se tinha riqueza (voto censitário), se tinha família e era responsável (voto familiar e múltiplo), se tinha idade e responsabilidade (voto etário) ou se era bem-nascido (voto aristocrático).
Na assembleia que em França mandou matar o rei por maioria de um voto, só os ricos é que tinham direito a voto. E foi assim. Na Inglaterra que enforcou o Rei foi a mesma coisa: voto para os ricos e aristocratas, que também eram ricos. E foi assim. Só aqui é que o Rei tinha que ser abatido ignobilmente a tiro por uma catrefada de esquentados da cabeça, sem representação dos ricos no Parlamento. Uma coisa de cafres. Celebram os assassinatos, não o enforcamento ou as decapitações.
Depois de se conceber que não há volta atrás, o direito ao voto expandiu-se, alargou-se, à velocidade da espuma dos produtos para a lavagem. Baixou a idade, desprezaram-se as responsabilidades, o rico ficou aparentemente igual ao pobre, o velho ao imberbe, o criminoso ao homem sério, a prostituta à senhora do campo. Chamou-se a isso o direito universal ao voto porque os estrangeiros, que pouco têm a ver com a nossa história, também iriam ser incluídos na sopa. E assim é bom. Mas assim é que é o plano, a agenda, para certos países. Tomem lá disto e não discutam. Para outros é bom ter ditaduras sangrentas e repressivas. Não é um assunto fechado.
Chega-se aos dias de hoje com um voto universal para escolher pessoas propostas por máquinas partidárias, que não passam de uma miserável amostra do país. As pessoas têm a ilusão que escolhem livremente, mas, afinal, só podem escolher o que a máquina segregou entre os seus obedientes servos da gleba. E acaba aqui esta pequena narrativa, de como coisas começaram desde a eleição dos Grandes reis germânicos, do Imperador do Sacro Império Germânico, do Papa, até à escolha dos notáveis de uma Assembleia de paspalhos ou de génios. É preciso notar que só o impagável general graduado Oliver Cromwell criou à sua conta uma inumerável quantidade de Parlamentos Ingleses, até chegar à interessante experiência de só mandar seleccionar Santos. Este problema dos Santos das Igreja perorarem só de Teologia aborreceu-o mortalmente e fechou o Parlamento, que assim permaneceu até ele falecer. Tinha finalmente percebido o problema: nem com Santos dos Últimos Tempos.
Portugal também é um caso destes. Nem com Santos representantes das Igrejas do Moacir, dos Protestantes, dos Muçulmanos, da Católica, dos Sadistas, dos masoquistas e das Lésbicas, e dos Hommos não sapiens se iria lá (voto sexual-religioso de minorias seleccionadas). Teríamos discussões teológico-sexuais todo o dia, até romper a aurora, com discursos para encantar ursinhos de peluche. Mas agora também é. Não foi uma artista porno-deputada na Assembleia Italiana, porém, já dizia Robert Heilein, o comportamento das prostitutas francesas só era ultrapassado pelo dos deputados franceses. O americano, autor de “Soldado no Espaço”, passado a filme, parece que não andava longe da realidade. Trata-se de um negócio mais sério, quer dizer, este das prostitutas, porque é muito mais antigo, começa na Suméria, em Sodoma e Gommorrha, na Babilónia. Enquanto outro, dito “de representação”, só começou muito mais tarde e muito limitado pelos usos e costumes do voto. Os reis locais e a sua guarda lá iam fazendo o seu trabalho neste emaranhado de sucessos, mas isso do voto eram coisas desconhecidas, enquanto a devassidão era muito bem-vinda. Mas isso em todos os Sistemas.

Como se Conta?

Aí é que está o segredo. Em Portugal, se alguém resolvesse tornar o sistema anárquico escolheria este método de contagem. Não se esqueça o leitor de quem o implantou com requintes de malvadez nos anos tórridos do que se chamou Conselho da Revolução. Tratava-se de não encontrar responsáveis nem estabilidade, para os senhores capitães continuarem à tripa forra a fazer o que se sabe que fizeram.
Em primeiro lugar a ideia de que todos os partidos deveriam poder concorrer, excepto obviamente os que fossem claramente anti-comunistas, porque estes eram os benfeitores da pátria. Só os de extrema-esquerda e um partideco de Centro, chefiado por indivíduo cheio de convicções, Freitas do Amaral, que tinha que fazer actos de fé na sociedade sem classes para ter direito à vida política. Foi hábil e ganhou muito com isso e outras coisas.
Noutros países pratica-se o limite de votos. Partidos que não alcançam um certo nível de votos são excluídos nas eleições seguintes.
Aqui resolveu-se aplicar um modo proporcional para distribuir deputados a toda a máquina, fornecendo-lhes meios, propaganda, e mercado.
Noutros países isso não é assim. Aplica-se a regra da maioria. Os pequenotes desaparecem da cena. A Inglaterra, provavelmente o país com mais experiência política no continente, que experimentou a Monarquia, o Governo Parlamentar, a Guerra Civil, a Ditadura Militar, o Regresso da Monarquia, a Correcção Parlamentar aos reis regressados do exílio, o contrato de um Rei vindo da Holanda para não reinar e deixar ao governo parlamentar a gestão política, deixou-se disso e das tretas que os constitucionalistas portugueses, muito tontos, acham o máximo: a sua própria construção jurídica, que só atrapalha.
Os partidos podem concorrer onde quiserem, mas o mais implantado e certificado pela população com quem está em contacto, ganha tudo quando ganha. Os outros perdem tudo. Clareza, limpeza, intervenção cidadã em tanto quanto possível, possibilidade ampla de agir. O sistema é claramente maioritário e produz governos que são responsabilizados.
A Inglaterra tem dinheiro para aguentar um sistema irracional como o que vigora aqui, que é produto dos militares e de alguns cérebros da Faculdade de Direito de Lisboa, mas não o quer. O deles funciona e gasta pouco dinheiro, até porque não pagam nada a sucessivos Presidentes vivos. É da tradição o Rei ser rico e pagar-se e ter um pequeno Orçamento. Vem isto do Rei Holandês contratado e que não sabia falar “british”. Os suecos que têm a admiração excessiva dos subdesenvolvidos do sul, também contrataram para Rei, um general de Napoleão e a Casa Real tem origem mele e na sua descendência. E que mal tem isso? É melhor ter pacóvios e depois reformá-los e pagar-lhes anos a fio a sua sobrevivência, num encobrimento envergonhado. Não me parece: se os querem, é tê-los e não lhes pagar nada depois.
Portanto os resultados dos votos serão sempre o resultado do método de apurar resultados que os facínoras dizem ser lei. E quem pôs isso na Lei? Não foram, os mesmos? Suas Excelências, para ali, suas Excelência para aqui, e depois é o que se vê, o que se ouve, o que se suspeita e o que é insuspeitável.

António Marques Bessa"

In jornal O Diabo.