3.3.09

Rodrigo Emílio em duas linhas por José Campos e Sousa

Do meu bom amigo, José Campos e Sousa recebi estas palavras - de protesto face ao fracasso da organização do jantar de 14 de Março - enviadas para o meu e-mail privado.
Pedido e concedido de imediato o ok para publicação dada a sua importância no que se refere ao nosso comum amigo, Rodrigo Emílio.
Caro Zé, não há razão para desânimos. O sucedido foi um contra-tempo que iremos superar noutra altura e de outra forma. Tu, reeditando o maravilhoso Rodrigamente Cantando. Eu, contribuindo - com a preciosa ajuda de vários e bons amigos do Rodrigo - para mais uma edição de um livro de poesia do Rodrigo.
***

Não é por causa desta batalha perdida que vamos perder uma guerra. Francamente o que falta a todos nós, é ter espírito de esquerda, trabalhar em rede.
Começo por mim que sou um individualista mas se não o fosse ainda estava agora a começar o Rodrigamente Cantando e quanto à Mensagem à Beira-Mágoa seria para o próximo decénio.
O problema é sempre o mesmo. Não existe uma direita existem 256 direitas cada uma com a sua verdade mais verdadeira que as outras 255 .
Vou fazer uma reedição do Rodrigamente Cantando. Já só tenho 15 CD`s que são da reserva dos meus netos.
Cá está o individual!
O que me motiva, não é a direita na qual nem sempre me revejo.
Sou Católico.
Sou Monárquico.
Sou Português.
O Rodrigo era tudo isto e muito mais.
Aquilo que eu não era, ele sabia e sentia que eu não era!
Tal como o meu Pai.
Nunca me tentou vender peixe algum!
E nunca foi por causa de algumas dessas diferenças indiferentes que deixámos de nos entender porque para nós o essencial estava lá. O Rodrigo era um Príncipe. Um Príncipe pode-se dar ao luxo de ter os sapatos gastos as camisas velhas, os fatos amarrotados as gravatas muito antigas. Andar à chuva e por vezes não ter onde dormir.
O Rodrigo enchia uma sala. Estamos a falar de ALMA e não de perfumes e de Armanis. E o que me move é a amizade por ele. Sei que entre vocês os dois havia mais uma ou outra faceta em comum mas acima de tudo sei que eras também muito seu amigo.
Nonas,
Nada de desânimos.
A luta continua.
Zé Campos e Sousa

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Nonas: (Isto é para ser também um mail privado, por supuesto...)
Ainda não nos conhecemos, e infelizmente não tive a oportunidade de conhecer o Rodrigo...
Ainda há pouco, estava eu tentado a agradecer-te o lembrete sobre o Miguel Serrano, de quem li o «La Serpiente del Paríso - Historia de una busqueda en la India», quando resolveste postar o texto de protesto do Zé Campos e Sousa.
Ora desculpa lá, mas «não protestes», PF. Não tens razão para isso e, como diz o Zé, "não há razão para desânimos"...
Muito pelo contrário.
Quanto a fracassos, melhor seria que estivesses calado (desculpa lá a impertinência)!. Da tua parte, tanto quanto julgo saber, não há fracasso nenhum.
Aliás, ainda há poucos dias (ou melhor, noites) elogiava uma das ligações do teu blogue - que frequento desde que regressei do Algarve, vai já para dois anos - que enviei ao VL. Também lhe dizia, enquanto jornalista, que tenho apreciado o teu trabalho concreto em áreas que toco, como a Guerra na Faixa de Gaza e outras, menos populares, se é que me entendes...
E, tal como dizia o outro, «É a Hora!». E, embora corra o risco de me contradizer, julgo que essa hora está bem expressa no pseudo-diálogo que de corre «Na Casa de Saúde de Caxias» (para doentes mentais, tal como é o meu caso)...
Aí dizia o louco (que não sei se era o Sr. Gama Nobre) que: "Quando se transferiu o poder absoluto do Rei para a Nação foi a título, não de transferir esse poder, mas de o eliminar". (...) "para se exercer o poder é preciso que o exerça alguém, e a Nação não é alguém... Aqui caiu-se num erro assombroso. Ter poder implica a capacidade de exercer esse poder; um poder que não se pode exercer é um poder que não é poder, porque não pode".
Um abraço.