15.5.08

Delgado: volta a tese espanhola

A farsa da morte de Delgado continua!
O seu neto defende que Delgado foi morto à paulada num acto premeditado e não morto a tiro.
É sabido que Delgado andava sempre armado com uma pistola e que o encontro em Villanueva del Fresno, na raia de Badajoz com a brigada da PIDE se deve a que este se ia entregar à mesma.
Ora, estando Delgado armado com uma pistola como é possível que o tenham espancado? Por muita Coca Cola que tivesse bebido não era parvo!
As perguntas que ficam são:
Porque razão Delgado foi assassinado por um tiro de pistola de Casimiro Monteiro ao que se supõe agente da CIA?
Porque razão Salazar, o grande português, ficou furioso quando soube da morte de Delgado?
Terá a PIDE tem culpa que um dos seus agentes, considerado o mais rápido e com melhor pontaria ao não cumprir as ordens superiores e o acordo com Delgado, ao que parece, era um agente duplo da CIA?
Será que Delgado se queria entregar para manifestar o seu apoio a Salazar por causa da guerra ultramarina?
Sendo essa a razão, a quem interessaria a morte de Delgado senão aos amiguinhos americanos e aos seus amiguinhos do reviralho, de Argel e companhia?
Santos Costa, na sua "Correspondência de e para", relata uma conversa com o oposicionista Aquilino Ribeiro, onde pergunta, ainda durante a campanha eleitoral, se a oposição queria mesmo Delgado como Presidente. Aquilino foi sincero: "Mas é evidente que não, meu caro amigo. Nós precisamos, acima de tudo, é de alguém que nos abra a porta. O resto se verá depois."
Com amiguinhos destes...

2 comentários:

josé carlos disse...

Meu Caro:

O que eu não daria para que o Dr. Rodrigo de Abreu estivesse vivo e de boa memória.
Para quem não saiba o Dr. Rodrigo de Abreu era um velho oposicionista, colaborador muito próximo e muito leal de Delgado.
Após a sua morte e a da sua "secretária" regressou do exílio estabelecendo-se de novo em Portugal. Grande Amigo de Amândio César frequentava as velhas tertúlias do Aviz. Sobre a morte de Delgado a mim nunca me contou nada de especial, mas dizia-me constantemente: "se um dia se souber tudo o que se passou vai ser uma bronca dos diabos". Reencontrei-o já depois do 25 do 4, com um revólver à cintura: "porque se me desejarem matar, levam troco, ai levam, levam", disse-me ele. Perguntei-lhe se precisava de ajuda. Disse-me que não. Que a segurança dele eram os apontamentos que estavam em lugar muito seguro.
Nunca mais o vi ou soube dele. Que pena não ter sido mais curioso...
Apostilha: Um digno e velho maçónico general da nossa praça, velho reviralhista e (por acaso) meu familiar disse-me um dia mais ou menos isto: "o gajo é louco, e furioso. Eu não tenho pachorra para o aturar. E olha que os militares também não. Só se forem os da Força Aérea..."

Pois é a história de Delgado está ainda por fazer, ai está, está.

Anónimo disse...

Quem observasse a assistência 'selecta', que fez por estar presente e bem à vista de todos, no lançamento do livro sobre a morte do General e, uns dias depois, numa entrevista à SIC-N, ouvisse o seu neto debater o conteúdo do mesmo, salientando as aturadas investigações a que meteu ombros para o levar a efeito, ainda depositasse alguma esperança na descoberta da verdade, perdeu-a uma vez mais. Esta é uma missão impossível, de resto propositadamente assim concebida. Primeiro a presença mafiosa a impor comedimento e muito cuidado no discurso. Depois as palavras semi-apologéticas relativamente ao bando d'Argel. Afinal este jovem que, segundo diz, investigou minùciosamente a estranha morte do seu avô, vem-nos dizer mais do mesmo. Previsìvelmente. E a farsa continua. Nem poderia ser d'outro modo, aqueles que a conceberam são peritos na matéria.

Maria