28.3.08

Rodrigo Emílio: 2004-2008

Quis Deus que hoje fosse a casa da Constança - a nossa muito querida Constança - para entregar por mão-travessa o teu poema inédito e original "Já de Macau me despeço para sempre e nunca mais..." que o nosso Amigo e Camarada José Carlos me entregou, há dias, após tê-lo descoberto nos seus arquivos e colocado no Manlius.
Como não podia deixar de ser, foi entregue à tua fidelíssima depositária (literária e não só...) onde permanece em boas mãos, como bem sabes.
A Constança comentou-me: "Já lá vão quatro anos..."
Ao que lhe respondi: "É, quatro anos de saudade, de imensa falta para todos nós."
Falava há momentos com o Pedro Guedes que, também, recordou estes quatro longínquos anos e entre várias verdades a teu respeito, disse esta: "Quando dizem que não há insubstituíveis, isso em relação ao Rodrigo, é uma treta."
O que me obrigou a confirmar essa dura e triste realidade: é mesmo uma treta e pegada!
Recordo os serões passados a conversar sobre vários temas como a Política, a Cultura, a Religião, a Tradição e a Espiritualidade. Graças a ti, enriqueci-me, aprendi o que tinha para aprender vindo de uma voz que deixei de ouvir mas nunca de escutar!
Estás lembrado que no início deste ano nos presentearias com o teu último livro de poesia, Intifada(s) Lírica(s), que sofreu um ligeiro atraso ou como costumavas dizer: «um compromisso incontornável e inadiável». O teu filho mais velho, Rodrigo Victor disse-me que era mais um daqueles teus atrasos mas sabe que o livro será publicado por vontade expressa da Família e dos teus fiéis Amigos e Camaradas, entre os quais, o António Manuel Couto Viana, no seu Elóquio, envia-te um "Último Postal".
Bem hajas e até mais ver. Sempre!

1 comentário:

Vítor Ramalho disse...

O Rodrigo estará sempre presente pelas palavras que não se ausentam. Pela postura que nos guiará.

Quando eu morrer,
não haja alarme!
Não deitem nada,
a tapar-me:
— nem mortalha.

Deixem-me recolher
à intimidade da minha carne,
como quem se acolhe a um pano de muralha
ou a uma nova morada,
talhada pela malha
da jornada...

— E que uma lágrima me valha...!
Uma lágrima — e mais nada...