14.2.07

Salazar é o cromo das novas gerações

"Quem o disse foi Lídia Jorge, uma escritora comunista que nasceu na terra de Cavaco e sempre foi apoiante incondicional de Soares. Justifica esta alusão na entrevista que deu ao jornal SOL de 27 de Janeiro: «Escolher Salazar é uma forma de as novas gerações reagirem às imperfeições da democracia. Como não viveram a ditadura e querem mostrar insatisfação, elegem Salazar que é o cromo mais forte que encontraram para atirar à cara da democracia».
Seja ou não esse o motivo, aquele jornal revela os resultados até hoje conseguidos pelo polémico concurso dos «Grandes Portugueses», promovido pela RTP1 e pela mão doentia, fanática e facciosa de Maria Elisa. Escrevo esta crónica na tarde de Sábado, dia 27 e, na minha retina, conservo o péssimo contributo que deu aos dois últimos programas sobre este tema. Tudo ela tem feito para afundar Salazar nas cavernas do inferno. Mas quanto mais o escorraça mais com ele leva nas fuças pela mão dos jovens que, pelos vistos, são menos vingativos do que os velhos. Dos 45 mil votos caídos na urna através do telefone, desde 14 de Janeiro, a classificação é a seguinte: Salazar com 19 mil votos, seguindo-se: Cunhal (com menos sete mil votos), Aristides Sousa Mendes, (que soma 5 mil), D. Afonso Henriques, Camões, Infante D. Henrique, D. João II, Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Marquês de Pombal.
O polémico programa já incomodou muita gente. E prepara-se para incomodar muita mais. É que já sofreu alterações profundas desde que foi projectado para decorrer numa única fase. Esperavam os seus promotores entronizar: Mário Soares, Cunhal, Otelo, Vasco Gonçalves, Marquês de Pombal, Jorge Sampaio e outros da mesma área política. Esta sondagem, contudo, não foi planeada como costumam ser os estudos de opinião que precedem as campanhas eleitorais e que, quase sempre, «fabricam» os líderes que encomendam essas sondagens. Se o programa terminasse, como estava previsto, com os «100» primeiros, a lista final teria sido: Salazar, Afonso Henriques, Camões, Cunhal, Aristides S. Mendes, Infante D. Henrique, D. João II, Fernando Pessoa, Marquês de Pombal e Vasco da Gama. Daqui até à final os «autores» deste escalonamento ainda vão dar muitas cambalhotas para levarem a água ao seu moinho. Estaremos atentos.(...)".
Dr. João Barroso da Fonte

Artigo publicado, no dia 5 deste mês, nos jornais: Jornal de Matosinhos, Negócios de Valpaços, Notícias de Barroso, Notícias de Chaves, Notícias do Douro, Notícias de Mirandela, Povo de Fafe e Voz de Trás-os-Montes.

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